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domingo, 29 de agosto de 2010

Sonhos

E ela acreditava que estava am outro lugar, com aquela música francesa em primeiro plano, as luzes apagadas, podia se imaginar valsando languidamente em alguma paisagem magnífica e ocre como nos filmes.
Não que gostasse de clichês, mas pelo menos na sua imaginação, achava neles uma boa maneira de fugir de sua realidade tão distante da dos demais.
Ela sonhava e sorria, em seu quarto escuro, com sua música de palavras belas e incompreensíveis, quase abafando o som dos gritos, das buzinas, dos socos, das súplicas , quase abafava os soluços que sem perceber tremiam seu franzino corpo.
E ela dormia sonhando para acordar depois de um pesadelo.
E enfim, a realidade a resgatava.
Era novamente refém de sua verdade.

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